terça-feira, 23 de novembro de 2010

QUERIDO MESTRE

QUERIDO MESTRE

“Meu filho está indo para a escola. Durante algum tempo tudo vai ser estranho e novo para ele e eu queria que você o tratasse bondosamente... Esta manhã ele está descendo os degraus da porta da frente, acenando com a mão e partindo para a grande aventura. É uma aventura que provavelmente incluirá guerras, tragédias e tristezas.
Para viver sua vida no mundo em que tem que viver, ele precisa de fé, amor e coragem. Portanto, Mestre amigo, queria que você o tomasse pelas mãozinhas e lhe ensinasse as coisas que ele tem de aprender. Ele terá que aprender, eu sei, que nem todos os homens são justos, que nem todos os homens são verdadeiros.
Ensine-lhe, porém, que para cada patife há um herói; que para cada político desonesto, há um líder dedicado. Ensine-lhe que para cada inimigo, há um amigo.
Levará tempo, eu sei. Mas se puder, ensine-lhe que um centavo ganho é de muito mais valor do que um real achado. Ensine-lhe a aprender a amar e a gostar de vencer. Guie meu filho para longe da inveja e ensine-lhe o segredo do riso tranquilo.
Permita que ele aprenda logo, que os valentes são os mais fáceis de derrotar. Ensine-lhe o encanto dos livros. Mas, dê-lhe também tempo de silêncio para ponderar o eterno mistério dos pássaros no céu, das abelhas ao sol e das flores numa colina verde.
Na escola, querido Mestre, ensine-lhe que é muito mais honrado ser reprovado do que colar.
Procure dar ao meu filho a força para não seguir a multidão, se para o mal, quando os outros o fazem.
Ensine-lhe a escutar a todos os homens, mas, ensine-lhe a filtrar na peneira da verdade tudo o que ouve, e a aceitar só o que é bom.
Se puder, ensine-lhe como rir, quando estiver triste. Ensine-lhe que não há vergonha nas lágrimas. Ensine-lhe que pode haver glória no fracasso e desespero no êxito.
Ensine-lhe a vender sua força muscular e seu cérebro aos arrematadores que ofereçam o mais alto lance. Mas nunca coloque preço ao seu coração e alma.
Ensine-lhe a fechar os ouvidos à multidão vociferante e a levantar-se e lutar se está seguro que luta pelo direito.
Trate-o bondosamente, Mestre, mas nunca o mime, porque só a prova de fogo produz aço de boa qualidade. Permita que ele tenha coragem, que tenha fé nos outros. Mas ensine-lhe, sempre, a ter fé sublime em si mesmo. Porque então ele terá fé sublime na humanidade.
Este é um pedido grande, Mestre amigo. Mas veja o que pode fazer. Ele é um excelente sujeito – é meu filho”.


Autora desconhecida

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